O Mercado da Musica no Brasil:
Desde a bossa nova, nos anos 50, a
música brasileira é reconhecida como uma da melhores do mundo, o que
gera um ambiente inicial favorável a qualquer iniciativa com músicos
brasileiros, sinônimo de qualidade artística e originalidade estética.
Isto tem levado muitos artistas brasileiros a investir fortemente na
construção de uma carreira no exterior como estratégia de futuro. Na
última década, diversas feiras, festivais e mostras na Europa e EUA se
posicionaram como plataformas de lançamento e fizeram disso um negócio.
Diante da crise da indústria fonográfica, estes eventos se estabeleceram
como alternativa para a divulgação e o comércio da música, adotando uma
original e inventiva estratégia de marketing e promoção de seus
resultados, reforçada simbolicamente por processos seletivos de âmbito
mundial que garantem aos poucos contemplados um palco, sem remuneração,
mas com a promessa de integração ao mercado globalizado da música.
Entretanto, a análise dos números da economia mundial e da indústria da
música nos últimos tempos, indica que talvez este não seja o melhor
caminho.
De acordo com a Federação Internacional
da Indústria Fonográfica (IFPI), em 2012 o mercado musical mundial
cresceu 0,3%. O número é insignificante mas esta é uma boa notícia,
porque este foi o primeiro resultado positivo desde 1999. Dois fatores
podem ser apontados como responsáveis por esta mudança: o aumento
expressivo das vendas digitais e o crescimento de mercados emergentes,
como Índia e Brasil. Os números da Associação Brasileira dos Produtores
de Disco (ABPD) confirmam esta expansão. Em 2012 o mercado brasileiro
cresceu 5,13% mas o melhor é que em 2011, enquanto o mercado mundial
ainda estava no negativo, as vendas por aqui já haviam crescido 8,4%. No
acumulado, o mercado fonográfico brasileiro cresceu 13,96% nos últimos
dois anos, este sim um número bastante expressivo. Some-se a isto o
panorama da economia mundial, especialmente a europeia. O Escritório de
Estatísticas Europeu (Eurostat) revelou no final de maio que o
desemprego na zona do euro atingiu o índice recorde 12,2%, equivalente a
19 milhões de desempregados. Ironicamente, na mesma época a presidente
Dilma Rousseff informou que nos últimos dez anos foram gerados no Brasil
19 milhões de empregos.
O Brasil é um país de dimensões
continentais que vive um grande processo de inserção social. O
crescimento do mercado interno despertou a atenção da indústria do
entretenimento e não é à toa que Paul McCartney tornou-se local e vários
blockbusters tem agora lançamento por aqui com direito as estrelas de
Hollywood. É preciso que o meio cultural brasileiro fique atento as
oportunidades que o momento oferece.
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